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Poupar dinheiro usando standards

Hoje em dia ainda há muitas empresas de webdesign que continuam a "fazer" sites sem usarem os standards web. Para o cliente, o aspecto final do site é o mais importante e não lhe interessa saber como é que o site é feito.

A concepção de um site "à moda antiga", ou seja, usando tabelas para o layout das páginas, faz com que o peso final do site seja várias vezes maior do que se forem usadas apenas folhas de estilo (CSS) para estilizar a página.

O melhor exemplo desta diferença é o site da ESPN. Com cerca de mil milhões de páginas visualizadas todos os meses, os custos de manutenção (largura de banda gasta) eram brutais.

Há alguns meses atrás, a ESPN remodelou o seu site a passou a usar um layout com folhas de estilo (CSS) em detrimento das tabelas. Os resultados são esclarecedores. Cada página do site passou a ocupar em média menos 50Kb do que anteriormente e com cerca de 40.000.000 de páginas vistas por dia, as poupanças na largura de banda foram as seguintes:

  • 2 Terabytes/dia;
  • 61 Terabytes/mês;
  • 730 Terabytes/ano.

* 1 Terabyte = 1.024 Gigabytes = 1.048.576 Megabytes

Em termos financeiros, a ESPN poupou bastante dinheiro com a simples mudança do seu site para os web standards.

Através desta mudança, foi também possível disponibilizar os conteúdos do site para outras plataformas (telemóveis, PDA, etc...) através da simples separação dos conteúdos (XHTML) e da apresentação (CSS).

Algumas das vantagens da mudança para os webstandards são:

  • Menos código e páginas que carregam mais rapidamente
    A página inicial ficou reduzida a 50% do tamanho físico e através de técnicas de CSS foi possível mostrar alguns conteúdos enquanto outros ainda estão a carregar.
  • Disponibilização modular dos conteúdos
    O uso de estilos em CSS em vez de tabelas permite que cada elemento tenha um estilo próprio e seja mais fácil de gerir num só ficheiro em vez de ter que alterar em todas as páginas.
  • Maior controlo do utilizador sobre como os conteúdos são apresentados
    O utilizador pode navegar pelo site usando vários dispositivos e não está restringido a usar apenas um browser específico ou uma ligação de banda larga para poder visualizar os conteúdos importantes.

Existem muitas mais vantagens e como tal não se percebe que ainda hajam muitas empresas a implementar sites como se ainda estivéssemos nos anos 90, mas tal como disse no início, para o cliente o que interessa é se a página é bonita ou não...

Ler a entrevista completa com Mike Davidson, designer web e responsável pela mudança do site ESPN para os web standards.


20 Comentários

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  1. Vitor M. Costa

    Quando decidi, começar a desenvolver usando as normas ou padrões standards, foi um desafio e tanto, talvez muitas empresas tenham receio de enfrentar esses desafios quando desenvolvem para a web, é claro que ao o fazerem não só sacrificam muito mais dinheiro ao cliente, bem como tornam difícil a visualização do site por parte de pessoas com incapacidades, que a meu ver é o ponto fundamental das web standards, a acessibilidade e usabilidade.

  2. Ivo Gomes

    Há muitas pessoas e empresas que não evoluem. Especializam-se a fazer alguma coisa e fazem assim para sempre, sem evoluir e sem vontade de aprender o que de novo se faz no ramo… Depois quando o mercado começa a optar por algo mais recente e melhor, que eles não sabem fazer, vêm-se queixar que o negócio está mau e tal…
    (Este exemplo pode ser usado para qualquer tipo de profissão)

  3. Walmar Andrade

    Assim que entrei na empresa onde trabalho, elaborei um documento com mais de 40 páginas falando essencialmente da necessidade de mudar para web standards.

    Tratei de melhoria na acessibilidade, acesso para dispositivos móveis, otimização para engenhos de busca, facilidade de criar versões de layout, maior controle no desenvolvimento, criação mais rápidas de páginas, sites mais leves para carregar e independência de navegadores e sistemas operacionais.

    Todos esses argumentos ajudaram, mas a mim me parece que a questão definitiva e que levou à adoção foi justamente economia de dinheiro com largura de banda, mostrando cálculos simples como esses da ESPN.

    Se você quer convencer seus chefes, mexa na parte mais sensível do corpo deles: o bolso.

  4. Dextro

    Nunca entrem numa entrevista com um cliente a falar em standarts e acessibilidade, entrem sim a falar em aumento da quota de mercado e em diminuição dos custos. É das primeiras coisas que se aprende no mundo dos negocios hehehe :)

    De resto excelente artigo como sempre ivo e só vem reforçar a força dos standarts :)

  5. Ciro Feitosa

    Está mais do que provado das dezenas de vantagens que os Padrões trás tanto para o usuário final quanto para o investidor. Mas é sempre bom relembrar isso, tem gente que ainda não “caiu a ficha”.

    O Walmar tem razão quando fala na forma de convencimento do empresário. Não adianta muito (claro que é essencial) falar das melhorias de acessibilidade, posicionamento em robores de buscas, dentre outras vantagens, mas basta citar dados reais de economia com transferência de banda.

  6. Mario

    No meu caso houve um cliente que pediu um site com tabelas porque não intendia css nem divs ao que, é obvio que ele já está a pensar em um dia mais tarde mexer no site.

    Falei nas vantagens de tableless e usar o css para “estilar” o site, ao que a resposta do cliente e de um profissional de comunicação foi

    “o publico alvo, pelo menos uns 99,9% usam pc. É irrelevante se funciona em telemoveis ou PDAs ou se é acessivel a pessoas com defeciencias porque esses não irão ver o site”.

    E eu não tenho poder nenhum nem tempo para lhes andar a explicar ou mudar as ideias.

    Resumindo, acho que muita gente possa dizer sim a sites acessiveis mas em termos praticos se começar a dar prejuizo, levar mais tempo, etc vão literalmente borrifar-se para isso.

  7. Ivo Gomes

    LOL

    Gostava de saber como é que identificaram o público alvo para poderem afirmar coisas como essas… E estão-se cagando para o resto dos utilizadores… Mas se calhar não sabem que, desses 99,9%, cerca de 25% terá algum tipo de incapacidade/deficiência física, mental ou técnica reduzindo assim o seu público alvo para 75% ou menos. E já para não falar no trabalho extra que irão ter no futuro para alterar alguma coisa no site. Com CSS basta alterar um ficheiro e em 5 minutos está feito.

  8. Mario

    Sinceramente acho que eles identificam o publico alvo através das pessoas que lhes fazem grandes encomendas, normalmente grandes empresas, ou então pelas pessoas que aparecem nos stands deles nas exposições.

  9. Claudio Pires

    Parabens pelo artigo, Ivo.
    Sou o ‘aglioeolio’ lá do Forum Simple Machines.

    É assustadora, realmente, a economia de transferencia. Vendo no caso na ESPN, que é simplesmente monstruosa, isso fica facil de entender.

    A Acessibilidade pra quem acessa a internet com Net Discada e Firefox em sites com CSS puro tambem é absurdamente melhorada.

  10. Hugo Durães

    Muito bom… só de saber o quanto se poupa em tráfego no servidor, é um incentivo enorme ao desenvolvimento de sites usando os standards.

  11. bolotavoadora

    Amigo, gostei muito do teu blog. Divulgo e luto pela construção de ciclovias e passeios na minha freguesia, como meio de preservar o ambiente e a saúde.
    Se conheceres alguem na minha freguesia e concelho, divulga o meu blog.
    Continua o bom trabalho.
    Um abraço.

  12. Ivo Gomes

    Olá Bolota!

    Também já morei em Santo António dos Cavaleiros :)
    Espero sinceramente que seja construida a ciclovia, para melhorar a qualidade de vida dos milhares de pessoas que aí moram!

  13. diego

    Amanha vou fazer parte de uma banca de um projeto de pos-graduação sobre acessibilidade.

    Já contarei as novidades.

    abraço

    Diego

    obs: coloca a noticia no http://www.linkk.com.br , que vale a pena dar visibilidade a este tipo de coisas.

  14. Rafael Dourado

    Pode-se dizer que um site com 2205 erros de valiação (ESPN) está seguindo os padrões? Ou eles simplesmente fizeram um site sem tabelas?

  15. Ivo Gomes

    A ESPN mudou apenas a homepage para uma programação web standard. Num website do tamanho da ESPN é complicado manter o código limpo, especialmente quando há muitas pessoas a produzir conteúdos e não tiveram formação para continuarem a utilizar os standars a partir do momento em que o site foi redesenhado. Infelizmente é normal um site ser lançado seguindo todos os standards e um ano depois apresenta vários erros de validação devido à falta de formação dos produtores de conteúdos.

    Em relação aos quase 2000 erros de validação XHTML existentes no site da ESPN, a grande maioria são relativos ao uso de links com o caracter “&” que o validador XHTML não compreende e considera-o como uma variável, dando assim um erro. É possível evitar que o “&” seja considerado uma variável através de uma linha de código no início da página, mas não é isso que faz com que o site deixe ou não de usar webstandards.

    É claro que além destes erros, também há erros de validação do código em si, mas a explicação para isso está dada em cima: falta de formação dos produtores de conteúdos.

  16. Ivo Rodrigues

    ola colega o teu site e bastante importante e cria dizer que sou condonimo e para mim a schindler e a melhor empresa de elevadores tem os melhores produtos e modernizados que existem.o meu elevador e um 3300 não se o houve a trabalhar sem casa das maquinas etc…

  17. MAQ

    É bom que se diga que desenvolver um site nos padrões web (webstandards) facilita bastante a acessibilidade de um site, mas não a garante. Um site verdadeiramente acessível está dentro dos padrões web, tem uma boa usabilidade, pois acessibilidade não garante usabilidade e vice-versa, e respeita os itens do WCAG, que são os “pa´drões web” de acessibilidade do W3C. O WCAG Samurai deu uma atualizada boa no WCAG 1.0, mas, de qualquer forma, temos de unir essas várias etapas em um projeto acessível. Tudo isso é cultura, ou seja, depois que se começa a fazer de determinada forma, acostuma-se, e fica fácil. De início é complicado.

    Quanto ao público alvo de um site, é complicado tirar as pessoas com deficiência de qualquer público. Sou cego e especialista em acessibilidade. As pessoas que possuem sites técnicos sobre design já pensaram que posso frequentar um site destes? Pois frequentto. Compro livros para amigos, mas em que livrarias virtuais? Poucas têm acessibilidade e, por isso mesmo, inundam de pessoas cegas como eu. Trabalhei minha vida inteira com processamento de dados no SERPRO, que processa as tarifas e tributos para o ministério da fazenda no Brasil. Sou um consumidor como outro qualquer. Montei minha casa para mim, esposa e filho. Comprei móveis, eletrodomésticos e muitas vezes quis saber de características técnicas de muitas coisas, inclusive de carros e não tive como por falta de acessibilidade. Como dizem, o concorrente está a um clique de distância! Quando alguém pensa que uma pessoa com deficiência não faz parte de seu público alvo, tem de prestar atenção se conhece bem seu público alvo e, assim, se conhece bem pessoas com deficiência ou se apenas está imaginando que, se fosse elas, não seria público alvo de ninguém! Parabéns Ivo, por seu site… é acessível! Vou indicá-lo em meus sites, especialmente o que vou lançar proximamente: http://www.acessibilidadelegal.com Gostaria de ter um texto teu por lá, quem sabe conversamos a respeito e o amigo me dá essa honra?

    Abraços inclusivos, acessíveis e fáceis de usar do MAQ.

  18. Ivo Gomes

    Olá MAC! Obrigado pelos seus comentários :)

    Tens razão quando dizes que um site que cumpre os webstandards não quer dizer que seja acessível ou usável. Basicamente, cumprir os webstandards quer dizer que não tem erros no código, o que faz com que seja mais fácil torná-lo acessível.

    Ao seguirmos as regras do WCAG (ou do WCAG Samurai) estamos a melhorar a acessibilidade e consequentemente também a usabilidade (apesar de se dizer que são coisas diferentes, uma influencía sempre a outra. Se é mais acessível, automaticamente também é mais usável porque pode ser usado por mais pessoas e supostamente de forma mais fácil).

    É sempre bom saber que os sites que concebemos são acessíveis. Apesar de ter sempre essa preocupação, normalmente não costumo ter nenhum feedback de pessoas com necessidades especiais que navegam nos meus sites. Felizmente, as poucas que comentam dão sempre um feedback positivo e fazem aumentar um pouco mais o meu ego :)
    Estarei sempre disponível para participar com algum artigo no seu novo website, que desde já desejo que tenha o maior sucesso.

    Abraço,
    Ivo

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